quarta-feira, 16 de novembro de 2011

POESIA CENTONÁRIA

CENTÕES é o nome que se dá às composições em que se toma passagens de vários autores ou obras diversas para constituir um único texto, ou seja, até resultar uma única peça literária. O nome vem do latim, CENTO, ONIS, substantivo masculino que significa "espécie de manta ou coberta feita de diferentes retalhos costurados uns aos outros", assim como "poesia constituída por versos ou parte de versos de algum autor célebre".

Isidoro de Sevilha, nas Etimologias I, 25-26, diz que as passagens dos centões antigos eram tomadas dos poemas de Homero ou de Vergílio. 

Petrônia Proba (século IV d.C.), esposa de Clódio Celsino Adelfo, prefeito de Roma,  foi uma poetisa que compôs um centão de 694 hexâmetros, onde narrava a história do mundo e a vida de Cristo, segundo São Jerônimo. Seu centão tinha por título "DE FABRICA MUNDI", e os centões ou fragmentos foram extraídos de Vergílio e dos Evangelhos.

Outro poeta centonário na antiguidade foi Tito Pompônio Ático (IV século d.C.), latino, que tomando fragmentos de Vergílio confeccionou um centão laudatório de Cristo, de 132 hexêmetros e se chamava "TITIRO" ou "CENTO TITYRI, VERSUS AD GRATIAM DOMINI".

Paulo Barbosa

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