sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

GENITIVOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS

Genitivo objetivo é o mesmo que passivo. É denominado objetivo por ser o alvo, a meta ou o fim para onde se dirige a ação expressa pelo nome. E passivo, pelo mesmo motivo de sofrer ou receber a ação manifestada pelo nome. 

Exemplo deste tipo é:

Amor DEI = amor de Deus

Dei está no caso genitivo e aqui é objetivo (o alvo do amor) ou passivo (recebedor do amor). Ou seja, neste caso é o amor que os homens têm para com Deus, sendo, portanto, Deus - que está no genitivo Dei - o alvo do amor dos homens. 

Genitivo subjetivo, também denominado ativo, é aquele que age, que atua, que exerce a ação expressa pelo nome.

Assim, a mesma expressão:

Amor DEI = amor de Deus

pode o genitivo Dei ser subjetivo (exercer a ação como sujeito) ou ativo, significando o amor que Deus tem pelos homens. Aqui, Deus é o sujeito ou o agente do amor.

Esta questão genitiva latina reflete na língua portuguesa e quem a sabe bem, consegue resolver problemas que a primeira vista podem parecer dificultosos. Por exemplo, certa vez em discussão com um professor paulista, Orlando Fedeli, ele, por desconhecer esta questão, afirmou que "Cristo ama a todos os homens e nem por isso todos os homens estão unidos na mesma fé. Logo, a expressão na Missa: "O amor de Cristo nos uniu", não é correta". Esta afirmativa está errada, pois nesta frase o genitivo Christi, de Cristo, é objetivo, é passivo, significando o amor que os homens têm por Cristo, e este amor, sim, une os homens.

Paulo Barbosa

7 comentários:

  1. Ola, poderia mandar mais sobre esse assunto. Desde já, Obrigada.

    ResponderExcluir
  2. "O PRIMOGÊNITO DE TODA CRIAÇÃO" POR EXEMPLO É GENITIVO OBJETIVO! (COL 1.15-16,)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Calma, só o genitivo têm mais de trinta formas para interpretá-lo. Fora o : nominativo, vocativo, acusativo, genitivo e o dativo.

      Excluir
  3. Olá, estou há quatro anos estudando grego, não sei quando terminará, mas sobre tudo eu gosto e estiu justamente estudando o assunto em questão .
    Muito boa a tua explicação, meus parabéns .

    ResponderExcluir
  4. Me parece que, a fim de eliminar esta ambiguidade, os falantes da língua Portuguesa adotaram a preposição "a", que sempre deixa evidente tratar-se do genitivo passivo ("amor A Deus").

    ResponderExcluir
  5. Com toda humildade, ficou claro e não ficou. Esta questão do genitivo surge no latim, não sei se por influência de outra língua, em decorrência da falta de um índice subordinativo [preposição]?
    Não conheço a problemática. Mas no português algo semelhante ocorre, por exemplo, na expressão "Caim matou Abel", onde a ação pode ser atribuída a qualquer deles, resolvendo-se o problema no plano do saber elocutivo, ou preposicionando o objeto direto.
    Por sua vez, por a expressão portuguesa ser construída com preposição, ainda assim, em "amor de Deus, Deus poderia funcionar tanto como objeto quanto como sujeito?

    ResponderExcluir