quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O SALÁRIO DO PROFESSOR ROMANO

Sestércio do tempo de Augusto

Os honorários do professor Romano, seja o "Litterator", o "Grammaticus" e o "Rhetor", eram pagos mensalmente, mas a quantia variava com o tempo, o lugar e a condição do mestre. Sabe-se, também, que o salário do professor primário nunca era elevado, a ponto de Horácio afirmar que, em sua cidade natal, qualquer criança tinha condições de pagá-los.

Mais tarde, no tempo do Imperador Diocleciano (244-311 d.C.), foram fixados um teto para os três níveis de mestres: o "Litterator" podia ganhar no máximo mensalmente cinquenta denários, equivalente a R$ 1,600,00 atuais; o "Grammaticus" podia chegar a duzentos denários, equivalente a R$ 6,400,00; e o "Rhetor" até duzentos e cinquenta denários, atuais R$ 8000,00.

Os bons professores de literatura e de retórica, no entanto, conseguiam obter maiores rendimentos. O gramático Remio Palemão, mestre de Quintiliano, ganhava em sua escola 400,000 sestércios por ano. O Imperador Vespasiano (9-79 d.C.) fixou o salário oficial dos rétores em 100,00 sestércios anuais. O erudito italiano Conrado Barbagallo assevera que foi Augusto quem estabeleceu tal estipêndio para o gramático Verrio Flaco, preceptor de seus dois netos Caio e Lúcio Agripa, a quem mandou que transferisse sua escola para a "Domus Catilinae", onde seus netos estudaram.

Quando os governantes permitiram que se instalassem escolas na cidade de Roma, a concorrência determinou a redução das mensalidades. Alguns mestres, então, preferiram fazer um contrato com os pais dos alunos para o pagamento anual, outros confiavam na generosidade destes e, quando não recebiam quotas elevadas, eram compensados com presentes em certas e determinadas épocas do ano. Desta maneira, no Quinquatrus, festas em honra de Minerva realizadas cinco dias após os idos de março, recebiam os mestres o "Minervale munus", presente de Minerva ou recebido nas festas desta deusa da razão e da inteligêncianas calendas de janeiro, ou seja, no dia 1 de janeiro, e segundo outros autores, em todos os primeiros dias de cada mês, recebiam o "Strena Kalendaria", presente que era tipo brinde para os mestres, e segundo alguns, chamado de 'strena' devido ao nome de uma deusa romana do mesmo nomeenfim, outras gratificações eram dadas aos mestres, em datas diversas, como no dia 22 de fevereiro, quando celebrava-se o dia da família, chamado de "Caristia" ou "Cara Cognatio" e no "Septimontium", festival romano dos sete montes, comemorado segundo alguns, em setembro, e segundo outros, em 11 de dezembro.

Paulo Barbosa

Nenhum comentário:

Postar um comentário