sábado, 16 de novembro de 2013

Ablativo Absoluto Latino, uma oração circunstancial

O ABLATIVO ABSOLUTO LATINO existe quando um nome ou um pronome que estão no caso ablativo vem acompanhado por um particípio ou por um adjetivo ou outro substantivo aposto. A frase formada assim sempre funcionará como adjunto circunstancial da oração principal, ou seja, será um adjunto adverbial. 

Convencionalmente é denominado de 'ablativo absoluto' tal expressão ou frase por nenhuma de suas palavras ou termos dependerem sintaticamente da oração principal. O adjetivo absoluto significa exatamente independente, não ligado a, não sujeito a. Vejamos alguns exemplos:

"His rebus cognitis"... (César, B. Gal., V, 11,1), "conhecidos estes fatos"...

"Fugato omni equitatu" (César, B. Gal., VIII, 88,1), "posta em fuga toda a cavalaria".

"Pisone, Gabinio consulibus" (César, B. Gal., I,6,4), "durante o consulado de Pisão e Gabínio".

Paulo Barbosa 

Multum, non multa... O preceito da especialização.

Assim se expressou Plinio, o Jovem (61-113 e.c.) em uma de suas numerosas cartas: 'Aiunt enim multum legendum esse, non multa', 'dizem, pois, que se deve ler muito, não muitas coisas'. É um bom  preceito pedagógico para a especialização, a capacitação intensiva num ramo do saber, bem melhor do que tratar muitos assuntos de maneira superficial.

Paulo Barbosa

Pronome relativo em latim

O pronome relativo funciona exprimindo relação existente entre a oração em que figura e um substantivo de uma outra oração que, geralmente, vem antes. Assim, na oração: O médico QUE salvou papai se chama Luis, a partícula QUE é um pronome relativo que resgata o substantivo médico da oração precedente. 

Em latim, o pronome relativo concorda com o seu antecedente em gênero e número, mas não em caso, pois este sempre é determinado pela função que desempenha na própria oração a que pertence. Vejamos alguns exemplos de relativos latinos:

"Vos, dii patrii, QUI populum Romanorum servatis testor" (Cícero, Sul., 86), "Ó deuses pátrios QUE salvastes o povo romano, invoco-vos como testemunhas". 

"Deorum numero eos solos ducunt QUOS cernunt et QUORUM aperte opibus iuvantur" (César, B. Gal., VI, 21,2), "consideram no número dos deuses só os QUE eles vêem e com o auxílio DOS QUAIS são manifestamente ajudados".

Paulo Barbosa