ORAÇÃO ADJETIVA ou RELATIVA é aquela oração subordinada que se liga à oração subordinante mediante pronomes ou advérbios relativos tais como: que, quem, o qual, quem quer que seja, onde, etc.
Em latim este tipo de oração pode ser constituída com o verbo no modo subjuntivo e no modo indicativo. No modo subjuntivo estará a oração adjetiva que expressar a ideia concessiva, condicional, final, consecutiva ou causal, enquanto no modo indicativo estará a relativa que não encerrar nenhuma ideia de concessão, condição, fim, etc., quando exprimir explicação ou substituição de nome e quando traduzir orações outras, como veremos.
1. Orações adjetivas no subjuntivo
a) "Hi miserrimo exercitu Caesaris luxuriem obiciebant, cui semper omnia ad necessarium usum defuissent." - "Acusavam de luxo ao paupérrimo exército de César, ao qual tinham faltado até as coisas necessárias". (César, B.C. 3,96,2).
Note que em vez do cui pode-se usar o quamvis ei: concessiva, portanto.
b) "Haec et innumerabilia ex eodem genere qui videant, nonne cogatur confiteri deos esse." - "Quem visse estas e outras coisas maravilhosas do mesmo gênero, não seria obrigado a admitir que os deuses existem?" (Cícero, De Natura Deorum 2,4,12).
Note que em vez do qui pode-se usar o si quis: condicional, portanto.
c) "Caesar premittit (milites) qui videant, quas in partes hostes iter faciant." - "César manda na frente (soldados) que vejam em que direção marchem os inimigos". (César, B.G. 1,15,1).
Note que em vez do qui pode-se usar o ut final.
d) "Neque is sum, qui mortis periculo terrear." - "Nem sou tal que possa ser atemorizado pelo perigo da morte." (César, B.G. 5,30,2).
Note que em vez do qui pode-se usar o ut consecutivo.
e) "Maluimus iter facere pedibus, qui incommodissime navigavissemus." - "Preferimos viajar a pé, pois tínhamos navegado muito mal." (Cícero, Epistulae ad Atticum 5,9).
Note que em vez do qui pode-se usar o quod causal.
f) "Est inocentia affectio talis animi quae noceat nemini." - "A inocência é tal disposição da alma que não prejudica a ninguém."
Note que em vez do quae pode-se usar o ut consecutivo.
2. Orações adjetivas no indicativo
a) "Caesar Helvetios in fines suos, unde erant profecti, reverti iussit." - "César mandou os helvécios voltarem para as suas terras, das quais tinham saído." (César, B.G. 1,28,3).
Nesta oração não se encontra nenhuma ideia de fim, de consequência, etc. Logo, o verbo está no modo indicativo.
b) "Est in carcere locus, quod Tullianum appellatur". "No cárcere há um lugar que se chama Tuliano." (Salústio, De Coniuratione Catilinae 55,3).
Nesta oração relativa também não se nota nenhuma ideia de fim, de consequência, etc.
c) "Quae homines arant." "O Que os homens aram". (Salústio, De Coniuratione Catilinae 2,7).
Nesta oração há explicação ou substituição do nome 'os campos': as coisas que os homens aram só podem ser os campos.
d) "Quae terra gignit." "O que a terra produz". (Cícero, De Natura Deorum 1,2).
Aqui novamente há uma explicação ou substituição do nome 'os produtos da terra': o que a terra produz são os produtos da terra.
e) "Quae vestra prudentia est." "Que é a vossa prudência."
Nesta oração relativa o que se quer dizer é: prudentes como sois, que também poderia ser dito de outra forma: pro vestra prudentia = em vista de vossa prudência.
ADENDO
Algumas orações relativas ou adjetivas que se encontram com expressões redundantes formadas com o verbo ser em latim são suprimidas. Exemplos:
a) Foi Maria quem primeiro enfaixou a ferida
1º = Maria foi a primeira que...
2º = Maria foi a primeira a enfaixar...
Maria prima vulnus obligavit.
b) Tu és o único que se queixa.
(Tu) unus quereris.
Paulo Barbosa
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