quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

VERBO 'ESSE'... VERBO ABUNDANTE

O verbo ESSE (SER, ESTAR) latino é abundante, ou seja, possui algumas formas semelhantes às do verbo EDERE (COMER). Assim:

                   Singular                                                                    Plural

Sum, ES, EST = sou, és, é                       Sumus, ESTIS, sunt = somos, sois, são

Edo, ES, EST = como, comes, come       Edimus, ESTIS, edunt = comemos, comeis, comem

As formas es, est e estis, do verbo edo, têm também as paralelas edis, edit e editis.

No subjuntivo imperfeito também as formas semelhantes se dão e em todas as pessoas: ederem e essem, ederes e esses, ederet e esset, ederemus e essemus, ederetis e essetis, ederent e essent

Enfim, no imperativo também o fenômeno se dá: ede ou es; edito ou esto; edite ou este; editote ou estote.

Por causa disso, deve-se ter cautela na tradução de orações em que entrem as formas verbais abundantes, como por exemplo na seguinte:

MUS EST IN MURO SED DEUS NON EST IN CAELO

que à primeira vista pode parecer: O rato está no muro, mas Deus não está no céu. Na realidade, a tradução correta é:

O RATO COME NO MURO, MAS DEUS NÃO COME NO CÉU

Paulo Barbosa


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

ETIMOLOGIA ISIDORIANA DO SOL, DA LUA E DAS ESTRELAS

Isidoro de Sevilha em sua obra magna, Etimologias, trata acerca dos nomes dos corpos celestes procurando dar a etimologia. Assim, por exemplo, diz que 

O SOL é assim denominado porque aparece sempre "", obscurecendo, com seu resplendor, a todos os demais astros - "Sol appellatus eo quod solus appareat, obscuratis fulgore suo cunctis sideribus".

A LUA recebe este nome como se se dissesse "Lucina", suprimindo-se a sílaba medial - "Luna dicta quasi Lucina, ablata media syllaba". Lucina é palavra que contém lux, luz em sua composição e na mitologia era um dos epítetos da deusa Juno, que presidia aos partos, e de Diana.

AS ESTRELAS assim se denominam por 'estarem', ou seja, por se encontrarem fixas no céu e nunca se ocultarem - "Stellae dictae a stando, quia fixae stant semper in caelo nec cadunt".

Paulo Barbosa


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

OS ESPÍRITOS SOBRENATURAIS ENTRE OS ROMANOS


Entre os Romanos existiam também a crença nos espíritos sobrenaturais e benfazejos e estes eram designados por diversos nomes, tais como:

1. PENATES que eram os espíritos tutelares honrados pelo Estado inteiro ou apenas por uma família. No primeiro caso, eram denominados PENATES PUBLICI, e no segundo, PENATES PRIVATI. Protegiam o Estado ou o Lar concedendo a subsistência e é devido a isso que o nome vem de penus, penoris = víveres, comestíveis, dispensa. As estátuas dos Penates eram colocadas no lugar descoberto que havia no centro das casas romanas, chamado impluvium, destinado a receber luz solar e a chuva dos telhados.

2. LARES eram as almas dos antepassados ou dos homens divinizados que velavam pelo bem-estar da família. Cada família tinha o seu LAR DOMESTICUS, não podendo ser mais do que um, diferentemente dos Penates, que podiam ser muitos. Além do Lar Domesticus, existiam Lares destinados a livrar todo um povo de seus inimigos, a cuidar dos caminhos, dos campos, das encruzilhadas. Daí as várias denominações de LARES HOSTILES, LARES RURALES, LARES COMPITALES, etc. As imagens dos Lares Domestici ficavam no átrio ou num oratório chamado lararium ou sacrarium. O nome Lar parece derivar do estrusco, larua = fantasma.

3. GENIUS é a divindade que concede a vida, tendo sido Júpiter, o pai supremo dos deuses, denominado GENIUS JOVIALIS, por ser ele o autor do mundo e de todos os demais gênios. Era crença entre os Romanos que cada homem possuía o seu gênio, que o acompanhava por toda a vida e só o abandonava quando morria. É o correspondente do anjo da guarda no cristianismo. Além do gênio tutelar dos indivíduos, havia também aqueles que guardavam os lugares, os povoados e até os povos. O nome vem do verbo latino gignere = gerar, pois, como visto, cabia ao gênio conceder a vida, assim como presidir aos nascimentos dos homens.

4. DAEMONES era palavra genérica que ora designa os Lares, ora os Genii. A palavra vem do grego.

5. SEMONES eram uma espécie de deuses que os Romanos não souberam determinar precisamente. Sabe-se, entretanto, que eram divindades itálicas de segunda classe ou de ordem inferior, tipo semideuses, e que, ao que parece, protegiam os homens na lavoura. A palavra é derivada de semen, seminis = semente, sementeira.

Paulo Barbosa

ANO-NOVO E ANO NOVO: QUAL A DIFERENÇA?


Muitos não percebem, mas existe diferença entre ANO-NOVO e ANO NOVO, o primeiro com hífen e o segundo sem o pequeno traço de união. 

ANO-NOVO é o mesmo que ANO-BOM significando este o dia primeiro de janeiro e o voto de prosperidade que é formulado no início de cada ano, ou seja, em 1 de janeiro. Então, a expressão correta é Feliz Ano-Novo, isto é, que haja felicidade e prosperidade no primeiro dia de janeiro e, por extensão, em todos os demais dias do ano que se inicia.

ANO NOVO, porém, sem hifen, significa o outro ano, o ano seguinte ou o novo ano. Assim, dizemos: Quero mudar de vida no ano novo, ou seja, no ano que vem.

Paulo Barbosa