Em gramática, número é a categoria que permite determinar a quantidade de entes ou coisas existentes. Se há um único ente se diz singular, se mais de um, plural.
No latim primitivo, entretanto, além do singular e do plural, havia o dual, uma flexão gramatical numérica que indicava o conjunto de duas coisas ou entes. Sempre que se estava diante de dois objetos o uso deste era de rigor.
Nem sempre, porém, o plural representa a noção de um singular repetido tal como mesas, cadeiras, sapatos, etc. Há o que se denomina:
PLURAL NÃO ESPECÍFICO
que é o plural dos nomes próprios aplicado aos membros de uma mesma família, ou
aplicado a pessoas que reúnam em si qualidades comuns que as distingam de outras.
Da primeira espécie, podemos dar como exemplo a seguinte resposta da família dos Metelos ao poeta Névio:
"Dabut malum Metelli Naevio poetae" = "Os Metelos castigarão o poeta Névio".
'Metelli' é aqui plural de vários seres da família Metela.
Do segundo tipo de plural não específico pode ser o célebre verso do poeta Marcial:
"Sint Maecenates, non deerunt, Flacce, Marones" = "Haja os Mecenas e não faltarão, ó Flaco, os Vergílios".
'Maecenates', 'Marones', plurais aplicados a quem reúna em si as qualidades de Mecenas e de Vergílio.
Outras vezes se usa o plural para designar a complexidade de um objeto. Assim,
'fores' = porta.
'tenebrae' = trevas
'exuviae' = despojos tomados do inimigo
Paulo Barbosa
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