terça-feira, 2 de setembro de 2014

O PLURAL NÃO ESPECÍFICO

Em gramática, número é a categoria que permite determinar a quantidade de entes ou coisas existentes. Se  há um único ente se diz singular, se mais de um, plural.

No latim primitivo, entretanto, além do singular e do plural, havia o dual, uma flexão gramatical numérica que indicava o conjunto de duas coisas ou entes. Sempre que se estava diante de dois objetos o uso deste era de rigor. 

Nem sempre, porém, o plural representa a noção de um singular repetido tal como mesas, cadeiras, sapatos, etc. Há o que se denomina:

PLURAL NÃO ESPECÍFICO

que é o plural dos nomes próprios aplicado aos membros de uma mesma família, ou

aplicado a pessoas que reúnam em si qualidades comuns que as distingam de outras.


Da primeira espécie, podemos dar como exemplo a seguinte resposta da família dos Metelos ao poeta Névio:

"Dabut malum Metelli Naevio poetae" = "Os Metelos castigarão o poeta Névio".

'Metelli' é aqui plural de vários seres da família Metela.


Do segundo tipo de plural não específico pode ser o célebre verso do poeta Marcial:

"Sint Maecenates, non deerunt, Flacce, Marones" = "Haja os Mecenas e não faltarão, ó Flaco, os Vergílios".

'Maecenates', 'Marones', plurais aplicados a quem reúna em si as qualidades de Mecenas e de Vergílio.


Outras vezes se usa o plural para designar a complexidade de um objeto. Assim, 

'fores' = porta.

'tenebrae' = trevas

'exuviae' = despojos tomados do inimigo

Paulo Barbosa

Nenhum comentário:

Postar um comentário