O regime de comunidade de bens aplicado à sociedade tanto pelo socialismo quanto pelo comunismo, provado já por Aristóteles contra Platão, traz como resultado fatal a decadência física e moral do indivíduo e da espécie. Tal conclusão pode ser sustentada pelos seguintes argumentos:
1.º A socialização dos bens provoca no homem uma diminuição no trabalho e no esforço, as duas primeiras condições de todo o progresso e aperfeiçoamento sociais, pois, sem a esperança de poder acumular através da economia os frutos do próprio trabalho, o homem tende a trabalhar o menos possível e com desleixo. De fato, que zelo se pode esperar de quem cultivasse um campo comum, tendo a sua subsistência assegurada pelo Estado, seja qual for o resultado dos seus esforços? Esta doutrina foi confirmada pela experiência russa, onde a abolição da propriedade particular provocou um enorme desânimo na sociedade, sendo, por isso, necessário voltar ao regime de propriedade privada ainda que bastante limitada.
2.º O Estado, no sistema de socialização dos bens, para obter os recursos de que necessita, seria obrigado a constranger os recalcitrantes, impondo-lhes obrigações e vigiando-os para que as cumprissem. Isso seria o funcionalismo convertido em um maquinismo universal da expansão econômica, assim como a ruína da liberdade e da responsabilidade individuais e cada cidadão se tornaria um escravo sob a tirania da burocracia comunista.
Paulo Barbosa
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