sexta-feira, 30 de setembro de 2022

OS BENS ERAM COMUNS NO PRINCÍPIO?

 A tese coletivista de que no princípio tudo era naturalmente comum a todos e que, por conseguinte, segundo Proudhon "a propriedade é um roubo" não possui fundamento real pelo que se segue:

A natureza por si mesma não torna os indivíduos automaticamente proprietários, o que já mostra não serem os bens comuns desde o início. Ninguém, portanto, possui nada apenas por estar diante da natureza, haja vista ninguém ter trabalhado ainda para se apropriar das coisas. 

O que existia no princípio era o poder de adquirir direito a tudo, porém, tal direito a esse poder era universal, abstrato, fundado nas exigências essenciais da natureza humana, tornando-se concreto pelo fato da apropriação. Efetivamente, a apropriação se deu com o trabalho, com a exploração inteligente de qualquer solo ou matéria-prima que até então eram res nullius - coisas de ninguém - e infecunda. É o trabalho, portanto, que aplica ao solo ou a algum objeto determinado o direito universal à propriedade.

Após a apropriação através do trabalho, a História mostra a propriedade particular entre vários povos antigos, tais como os Hebreus, Assírios, Egípcios, Chineses, etc.

Enfim, mesmo que entre os povos antigos a posse das terras tivesse sido comum, a propriedade particular nunca poderia dizer-se contrária à natureza, pois ela é fruto da civilização e esta não é contrária à natureza humana.

Paulo Barbosa

2 comentários:

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  2. Olá, professor,
    Eu gostaria de saber se o sr. dá aulas particulares de latim online.
    Meu e-mail para contato é julianasabino1@yahoo.com, obrigada!
    Juliana

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