sábado, 30 de julho de 2016

OMISSÕES DE PALAVRAS NA PROPOSIÇÃO LATINA

Na proposição latina podemos nos deparar com omissões de palavras que normalmente deveriam nela figurar, porém, por motivos outros, como a lei do menor esforço, a aversão a repetições, etc., não figuram. Vejamos algumas destas com a tradução subsequente e, em seguida, a mesma oração com as devidas palavras.

1. Omissão do verbo SUM quando é o único verbo ou quando é auxiliar:

a) Jam hora diei prima = ERA já a primeira hora do dia = jam hora diei prima ERAT.

b) Multi occisi, rex captus = muitos FORAM mortos, e o rei FOI capturado = multi occisis SUNT, rex captus EST.

c) Se deceptum sensit = se deu conta de que HAVIA SIDO enganado = se deceptum ESSE sensit.


2. Omissão de IS antecedente de qui:

Quod suscepi, effeci = levei a cabo O que empreendi = ID quod suscepi, effeci.


3. Omissão de palavras em duas proposições com elementos comuns:

a) Britanni cibum laudaverunt, Romani vinum = os britanos louvaram a comida, os romanos o vinho = Britanni cibum laudaverunt, Romani vinum LAUDAVERUNT.

b) Plurimi spectatores gladiatorem incitabant, nonnulli leonem = muitos expectadores incitavam o gladiador, alguns ao leão = plurimi spectatores gladiatorem incitabant, nonnulli leonem INCITABANT.


4. Omissão de palavra na primeira proposição:

a) Sacerdos templum, poeta tabernam quaerebat = o sacerdote estava procurando o tempo, o poeta a taberna = sacerdos templum QUAEREBAT, poeta tabernam QUAEREBAT.

b) Et movet ipse suas et nati respicit alas = ele move suas próprias asas e se volta para olhar as de seu filho = et ipse suas ALAS movet et ALAS nati respicit.

Este verso é do poeta romano Ovídio (43 a.C.-18 d.C.).


Paulo Barbosa

quinta-feira, 28 de julho de 2016

VERBOS DEFECTIVOS EM PORTUGUÊS E LATIM. ESTUDO COMPARATIVO

VERBOS DEFECTIVOS são aqueles que não se conjugam em determinada pessoa de dado tempo, ou a que falta um ou mais tempos. Entretanto, não existe correspondência entre os verbos defectivos portugueses e os defectivos latinos. Vejamos:

Em português há um primeiro grupo de verbos defectivos que possuem as seguintes características: a) carecem da primeira pessoa do singular do presente do indicativo, b) carecem de todas as pessoas do presente do subjuntivo e c) carecem das formas imperativas que derivam destas pessoas, ou seja, de todas as formas do imperativo negativo, das três formas do imperativo afirmativo: a terceira do singular, a primeira e a terceira do plural:

1. abolir;

2. brandir;

3. carpir;

4. colorir;

5. demolir; 

6. exaurir; 

7. fremir;

8. haurir;

9. imergir;

10. jungir;

11. disjungir;

12. retorquir;

13. soer.

Entretanto, em latim, tais verbos não possuem tais defectibilidades, como seguem:

1. aboleo, aboles, abolet, abolemus, aboletis, abolent - abolir

2. concito, concitas, concitat, concitamos, concitatis, concitant - brandir

3. gemo, gemis gemit, gemimus, gemitis, gemunt - carpir

4. coloro, coloras, colorat, coloramus, coloratis, colorant - colorir

5. demolior, demoliris, demolitur, demolimus, demoliminis, demoliuntur - demolir

6. diluo, diluis, diluit, diluimus, diluitis, diluunt - exaurir

7. fremo, fremis, fremit, fremimus, fremitis, fremunt - fremir

8. haurio, hauris, haurit, haurimus, hauritis, hauriunt - haurir

9. immergo, immergis, immergit, immergimus, immergitis, immergunt - imergir

10. jungo, jungis. jungit, jungimus, jungitis, jungunt - jungir

11. disjungo, disjungis, disjungit, disjungimus, disjungitis, disjungunt - disjungir

12. retorqueo, retorques, retorquet, retorquemos, retorquetis, retorquent - retorquir

13. soleo, soles, solet, solemus, soletis, solent - soer


Um segundo grupo de verbos defectivos portugueses são os detentores das seguintes características: a) só são conjugados nas formas arrizotônicas, ou seja, nas formas em que o acento cai nas terminações, b) não possuem, portanto, nenhuma das pessoas do presente do subjuntivo, c) não possuem nenhuma das pessoas do imperativo negativo, d) só possuem a segunda pessoa do plural no imperativo afirmativo:

1. falir;

2. aguerrir;

3. combalir;

4. comedir-se;

5. delinquir;

6. descomedir-se;

7. embair;

8. empedernir;

9. foragir-se; 

10. fornir;

11. puir;

12. remir;

13. precaver-se;

14. reaver.


 Estes também não possuem as defectibilidades inerentes aos portugueses:

1. frango, frangis, frangit, frangimus, frangitis, frangunt - falir

2. bello, bellas, bellat, bellamus, bellatis, bellant - aguerrir

3. debilito, debilitas, debilitat, debilitamus, debilitatis, debilitant - combalir

4. timeo, times, timet, timemus, timetis, timent - comedir-se

5. decipio, decipis, decipit, decipimus, decipitis, decipiunt - delinquir

6. supero, superas, superat, superamus, superatis, superant - descomedir-se

7. fallo, fallis, fallit, fallimus, fallitis, fallunt - embair

8. firmo, firmas, firmat, firmamus, firmatis, firmant - empedernir

9. migro, migras, migrat, migramus, migratis, migrant - foragir-se

10. trado, tradis, tradit, tradimus, traditis, tradunt - fornir

11. abrado, abradis, abradit, abradimus, abraditis, abradunt - puir

12. redimo, redimis, redimit, redimimus, redimitis, redimunt - remir

13. vito, vitas, vitat, vitamus, vitatis, vitant - precaver-se

14. reparo, reparas, reparat, reparamus, reparatis, reparant - reaver


DEFECTIVOS LATINOS


Os verbos defectivos latinos são os seguintes:

a) Os quatro seguintes que só apresentam as formas de perfectum, porém, com significação ativa:

1. memini = lembrar-se

memini = eu lembro
meministi = tu lembras
meminit = ele/ela lembra                                     PRETÉRITO PERFEITO
meminimus = nós lembramos
meministis = vós lembrais
meminerunt = eles/elas lembram

E os demais tempos do perfectum: pretérito mais-que-perfeito e futuro perfeito do indicativo; perfeito e mais-que-perfeito do subjuntivo.


2. odi = odiar

odi = eu odeio
odisti = tu odeias
odit = ele/ela odeia                                              PRETÉRITO PERFEITO
odimus = nós odiamus
odistis = vós odiais
oderunt = eles/elas odiaram

E os demais tempos do perfectum: pretérito mais-que-perfeito e futuro perfeito do indicativo; perfeito e mais-que-perfeito do subjuntivo.


3. coepi = começar

coepi = eu começo
coepis = tu começas
coepit = ele/ela começa                                        PRETÉRITO PERFEITO
coepimus = nós começamos
coepitis = vós começais
coeperunt = eles/elas começaram

E os demais tempos do perfectum: pretérito mais-que-perfeito e futuro perfeito do indicativo; perfeito e mais-que-perfeito do subjuntivo.


4. novi = conhecer

novi = eu conheço
novis = tu conheces
novit = ele/ela conhece                                           PRETÉRITO PERFEITO
novimus = nós conhecemos
novistis = vós conheceis
noverunt = eles/elas conhecem

E os demais tempos do perfectum: pretérito mais-que-perfeito e futuro perfeito do indicativo; perfeito e mais-que-perfeito do subjuntivo.

Note que a única defectibilidade de tais verbos é não possuírem as formas da ação do infectum.


b) O verbo aio = falar que é usado somente nas formas seguintes:

INDICATIVO:

PRESENTE: aio (eu falo); ais (tu falas); ait (ele/ela fala); (...); (...); aiunt (eles/elas falam).

PRETÉRITO IMPERFEITO: todas as pessoas - aiebam (eu falava); aiebas; aiebat; aiebamus; etc.

PRETÉRITO PERFEITO: ait (ele/ela falou).

SUBJUNTIVO:

PRESENTE: aiat (ele/ela fale)


PARTICÍPIO:

PRESENTE: aiens, aientis = que fala


No latim arcaico, entretanto, encontra-se atestadas as seguintes formas do pretérito imperfeito do indicativo: aibam, aibas, aibat, aibant.

Também no latim arcaico, mais precisamente em Plauto (Bud. 427), é encontrada a seguinte forma do subjuntivo presente: aias (fales).

Ainda no latim arcaico, depara-se com a forma imperativa: ai (fala).

No latim pós-clássico, enfim, encontra-se a forma do subjuntivo presente: aiant  (eles/elas falem).


c) O verbo fari = falar, que é raro e usado somente nos poetas nas seguintes formas:


INFINITIVO:

PRESENTE: fari e farier (falar)


INDICATIVO:

PRESENTE: fatur (ele/ela fala).

FUTURO IMPERFEITO: fabor (falarei).


IMPERATIVO:

PRESENTE: fare (fala).


PARTICÍPIO:

PRESENTE: fanti (para o que fala); fantem (o que fala).

PASSADO: fatus (falado).


d) O verbo inquam = dizer, empregado sobretudo nas orações incisas nas seguintes formas:


INDICATIVO:

PRESENTE: em todas as pessoas - inquam (eu digo); inquis; inquit; inquimus; inquit; inquiunt.

PRETÉRITO IMPERFEITO: inquibat / inquiebat (ele/ela falava).

FUTURO IMPERFEITO: inquies (eu falarei); inquiet (ele/ela falará).

PRETÉRITO PERFEITO: inquii (eu falei); inquisti (tu falaste); inquit (ele/ela falou).


No latim arcaico encontra-se as seguintes formas do imperativo: presente - inque (fala); futuro - inquito (fala). Ambas as formas são de Plauto, respectivamente em Bacch, 883 e Trin., 427.

Inquimus (falamos) é forma atestada no poeta Horário (Sat. 1, 3, 66).


e) O verbo quaeso = peço-vos, por favor, desiderativo de quaero, empregado precipuamente em orações incidentes nas seguintes formas:

INDICATIVO:

PRESENTE: singular - quaeso (por favor, peço-vos); plural - quaesumus (por favor, pedimos).

É usado em fórmulas de polidez. 


f) Os verbos cedo = , dize, traze, anda, mostra, deixa ver e cette = dai, dizei, trazei, andai, mostrai, deixai ver. Estes verbos são usados essencialmente na língua falada e somente nestas duas formas do imperativo presente. 


g) Os três seguintes verbos usados como fórmulas de saudação:


1avere = desejar muito, usado quase que somente na seguinte forma:

IMPERATIVO:

PRESENTE: singular - ave ( tem muito bom dia, bom dia); plural - avete (tende muito bom dia)


Há também um raro emprego do imperativo presente deste verbo encontrado no período clássico, como na expressão avere jubeo = enviar bom dia, enviar saudações. Aparece, ainda, no mesmo período, o imperativo futuro aveto = desejai bom dia, encontrado em Salústio (Cat. 35, 5).

Há a notar, enfim, que a saudação ave, aveto é pronunciada pelos que chegam a um lugar.



2. salvere = ter saúde, passar bem, usado quase que somente na seguinte forma:

IMPERATIVO:

PRESENTE: singular - salve (tem saúde, bom dia); plural - salvete (tende saúde)

Da mesma maneira que o anterior, o salvere é usado também nas formas do imperativo presente, como na expressão salvere te jubeo = envio-te saudações.


3. O verbo valere = ter força, ter valor, ter vigor, usado também quase que somente na seguinte forma:


IMPERATIVO:

PRESENTE: singular: vale (tem saúde, tem força, tem vigor); plural: valete (tende saúde, tende forças).

Este verbo só é defectivo como fórmula de saudação de quem se despede, usado, então, no imperativo presente. Nas demais acepções (como: ter crédito, exceder em valor, prevalecer, etc), não é defectivo.


Paulo Barbosa

ORDEM DAS PALAVRAS NA ORAÇÃO SIMPLES LATINA

A ORDEM DAS PALAVRAS na oração simples latina pode ser variada, como veremos:

1. Orações compostas por um nominativo + um verbo:

a) Nominativo + verbo: Custodes dormiebant = os soldados estavam dormindo.


b) Verbo + nominativo: Decidit rex = o rei caiu.



2. Orações compostas de dois nomes (um em nominativo, outro em acusativo) + um verbo:

a) Nominativo + acusativo + verbo: Sacerdos templum visitavit = o sacerdote visitou o templo.


b) Verbo + acusativo + nominativo: Dedit signum magister = o professor deu o sinal.


c) Acusativo + nominativo + verbo: Vinum mercator vendidit = o comerciante vendeu o vinho.

[Nota: Esta ordem seria perfeitamente usada por um romano ao ser indagado: Que vendeu o comerciante?. Começaria o romano a resposta com vinum, o acusativo, já que esta palavra seria a resposta à indagação. Um outro motivo para se iniciar a resposta pelo acusativo vinum seria ressaltar a oposição de vinum às demais mercadorias suscetíveis de negócio por parte do comerciante. Por exemplo: vinum... vendidit poderia ir seguida de aquam vitae retinuit: o comerciante vendeu o vinho e reteve a cachaça.]


3. Orações compostas de três nomes (nominativo, acusativo e dativo) + um verbo:

a) Nominativo + dativo + acusativo + verbo: miles puero nihil ostendit = o soldado mostrou a espada ao menino.
                                                                                


b) Dativo + nominativo + acusativo + verbo: filio mater nihil legavit = a mãe não deixou nada para o filho.                                                                                                                                                         

[Nota: Um dos motivos pelos quais o escritor ou orador usaria essa ordem das palavras seria ressaltar a oposição entre filio e outra palavra. Por exemplo, filio... legavit poderia ir seguido de filia villam ingentem: à seu filho a mãe nada deixou, mas à sua filha deixou uma enorme casa. Note ainda que  a ordem mais comum é a primeira vista: nominativo + dativo + acusativo + verbo.]


4. Orações que não contêm nominativo:

a) Acusativo + verbo: turbam salutaverunt = saudaram a multidão.


b) Dativo + verbo: amicis credidit = confiou nos amigos.


c) Dativo + acusativo + verbo: puellae epistolam tradidi = entreguei a carta para a menina.


Paulo Barbosa

quarta-feira, 27 de julho de 2016

O 'UT' E O 'NE' E SEUS VALORES

Dentre as muitas funções da partícula NE latina uma é a de atuar como forma negativa de UT quando este está combinado com verbo no subjuntivo:

Moneo UT faciant = aconselho QUE façam.

Moneo NE faciant = aconselho QUE NÃO façam.


Porém, no caso de alguns verbos que indicam temor e proibição, o valor de NE é totalmente distinto, significando, então, QUE, enquanto o valor de UT significa QUE NÃO:


Timeo NE veniat = temo QUE venha.

Timeo UT veniat = temo QUE NÃO venha.


Esse uso parece ter sua origem em construções paratáticas antigas do tipo:


Timeo; ne veniat = temo; não venha. E depois: tenho medo de que venha.


Paulo Barbosa

terça-feira, 26 de julho de 2016

ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA DIRETA

A Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta é aquela que na subordinada completa o sentido de um verbo transitivo direto da principal.


Vejamos exemplos deste tipo em português e latim:


Prefiro      QUE NÃO INDAGUES   -   Malo NON ROGES.
(Or. Princ)(Or. Sub. Subst. Obj. Dir.)


Não desejo QUE VEJA - Nolo VIDEAT.


Quero QUE FAÇA VIR TUA EMPREGADA - Volo EXHIBEAS ANCCILAM.


Recomendo QUE TE CUIDES - Mando UT CURES.


Peço-te QUE PERDOES - Oro UT IGNOSCAS.


Roga QUE DEIXE AS OUTRAS COISAS - Roga UT RELIQUAT ALIAS RES.


Paulo Barbosa

segunda-feira, 25 de julho de 2016

ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA SUBJETIVA

A Oração Subordinada Substantiva Subjetiva é aquela em que a subordinada exerce a função sintática de sujeito da principal. A estrutura típica de tal oração é:

Verbo de ligação + predicativo: é bom; é útil; é melhor; é necessário.

Expressões na voz passiva: sabe-se; conta-se; é sabido; foi anunciado.

Verbos como: convir; constar; importar; acontecer.


Vejamos exemplos dessa espécie oracional em português e latim:


É melhor  QUE ESTEJAS SÃO - Melius est SIS SANUS.
(or. princ.)(or. sub. subs. subj.)


É necessário QUE A VIRTUDE INTERCEPTE O ACESSO DA VOLÚPIA - Necesse est VIRTUS INTERCLUDAT ADITUS VOLUPTATIS.


Diz-se QUE OS CERVOS VIVEM MUITOS ANOS - Dicitur CERVOS DIUTISSIME VIVERE.

Conta-se QUE A CIDADE DOS ATENIENSES FOI MUITO PRUDENTE - Traditur CIVITAS ATHENIENSIUM PRUDENTISSIMA FUISSE.


Convém QUE ESTEJAM AGORA DE BOM ÂNIMO - Decet STENT NUNC ANIMO AEQUO.


Importa QUE MARIA VOLTE PARA MIM - Oportet MARIA REDEAT AD ME.


Paulo Barbosa

domingo, 24 de julho de 2016

O INFINITIVO PERFEITO LATINO E SEU USO

O INFINITIVO PERFEITO LATINO pode ser ativo e passivo.

O ativo é formado pelo radical do perfectum ativo mais a terminação -ISSE:

AMAVISSE = ter amado, amou; amaram.


Já o passivo é formado no singular com o radical do supino mais as terminações -UM, -AM, -UM, e no plural com as terminações -OS, -AS, -A, mais o infinitivo ESSE:

AMATUM ESSE = ter sido amado, foi amado. (Masculino)

AMATAM ESSE = ter sido amada, foi amada. (Feminino)

AMATUM ESSE = ter sido amado, foi amado. (Neutro)


AMATOS ESSE = terem sido amados, foram amados. (Masculino)

AMATAS ESSE = terem sido amadas, foram amadas. (Feminino)

AMATA ESSE = terem sido amados, foram amados. (Neutro)


Note que esta forma infinitiva pode variar ou se flexionar em gênero e em número de acordo com a concordância com o sujeito, porém, o caso é sempre o acusativo. Isso se dá pelo motivo de que o infinitivo perfeito passivo latino somente é usado em orações subordinadas substantivas objetivas diretas, ou seja, em orações subordinadas de acusativo com infinitivo. O mesmo deve ser dito do infinitivo ativo, também empregado como complemento de verbo da oração principal. Estas orações são construídas sem conjunção, o verbo na subordinada sempre está no infinitivo e o seu sujeito sempre no acusativo:


Aiunt HOMINEM  RESPONDISSE = Dizem que o homem respondeu.
          (acusativo)   (inf. perf. ativo)

Dicimus TE REDISSE = Dizemos que tu voltaste.

Scriptum est MARIAM AMAVISSE = Escreveu-se que Maria amou.



Fateor EUM  AMATUM ESSE = Confesso que ele foi amado.
           (acus.)(inf. perf. passivo)

Dixit MARIAM SCITAM ESSE = Disse que Maria foi sabida.

Declaro VINUM ANNULATUM ESSE = Declaro que o vinho foi corrompido.


Nego EOS CREMATOS ESSE = Nego que eles foram queimados.

Aiunt PUELLAS OSCULATAS ESSE = Dizem que as meninas foram beijadas.

Nuntio TEMPLA COLORATA ESSE = Anuncio que os templos foram pintados.


Paulo Barbosa