FIGURAS GORGIANAS são certas expressões de estilo que produzem grande efeito persuasivo no discurso. Foram elaboradas pelo sofista Górgias de Leontino (485-380 a.C.), inaugurador do deleite literário na oratória, entronizador da Retórica como conhecimento indispensável para se triunfar socialmente assim como para a defesa pessoal. Suas figuras são classificadas tripartitemente em 1. antíteses de sentido, 2. paralelismos sintáticos, 3. paralelismos fonéticos. Dentre várias, vejamos as seguintes:
I. Isócolo - é a figura gorgiana que consiste em uma sequência de dois ou mais segmentos - cólons - sintáticos com rigorosa simetria:
"... porque enfim nunca falara a teus ouvidos o galante mancebo que jura quando mente; que festeja quando atraiçoa; que diz que ama, e vai rir-se!"
"Quem ama o feio, bonito lhe parece".
Note que o isócolo é um período cujos cólons ou segmentos são iguais em extensão, ou seja, simétricos.
II. Parisose - é a figura gorgiana que consiste numa forma rítmica usada nos provérbios ou em poesias onde há equilíbrio dos pés e das rimas de cada lado de uma vírgula:
"Beber ou guiar, convém optar".
III. Homeoteleuto - é a figura gorgiana que consiste na correspondência fonética das terminações da última sílaba de uma oração ou verso:
"Estudando e trabalhando".
"Deus ajuda a quem cedo madruga".
Deve-se notar que o homeoteleuto é a figura matriz da rima, ou seja, a rima pode ser qualificada como seu caso particular.
Paulo Barbosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário