Os Lusíadas é a obra poética por excelência da literatura portuguesa, de autoria do ingente poeta Luíz Vaz de Camões. É uma epopeia composta por 10 cantos, 1102 estrofes, 8816 versos, concluída em 1556 e publicada em 1572, em pleno período do classicismo português. A ação central é a descoberta do caminho marítimo para as Índias por Vasco da Gama ao entorno da qual histórias de Portugal vão sendo tecidas para a glória do povo português.
Daremos abaixo as três primeiras estrofes do Canto I de Os Lusíadas traduzidas em latim pelo Padre Frei Clemente de Oliveira numa tradução literal, rigorosa, em versos decassílabos:
Arma virosque pariter insignes As armas e os barões assinalados
Lusitanis qui occiduis ab oris Que da ocidental praia Lusitana,
Profecti, ignotis, metuendis altis Por mares nunca de antes navegados,
Navigatis, Trapobanem et ipsam Passaram ainda além da Taprobana,
Praeteriere, periclisque et bellis Em perigos e guerras esforçados
Super naturam fortes imbecillam Mais do que prometia a força humana
Inter remotas gentes novum regnum E entre gente remota edificaram
Finxerunt, quod sublime reddidere Novo Reino, que tanto sublimaram
* * *
Gloria item praestantes omnes reges E também as memórias gloriosas
Qui christianam Fidem dilatarunt Daqueles Reis, que foram dilatando
Imperiumque simul Lusitanum, A Fé, o Império, e as terras viciosas
Errantes, Asiam, Africam vastantes; De África e de Ásia andaram devastando;
Qui, grandium memoria factorum, E aqueles, que por obras valerosas
Sempiternum supererunt in aevum, Se vão da lei da morte libertando
Canens, faventibus et Musa et arte. Cantando espalharei por toda parte,
Per totum prorsus orbem divulgabo. Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
* * *
Docti Graeci et Troiani praedicari Cessem do sábio Grego e do Troiano
Ingentes desinant per maria cursus; As navegações grandes que fizeram;
Regum praetermittantur Alexandri Cale-se de Alexandro e de Trajano
Ac Traiani victoriae patratae: A fama das vitórias que tiveram;
Ego acres, claros Lusitanos canto, Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
Quibus Mars bellax Neptunusque parent. A quem Neptuno e Marte obedeceram:
Antiquae animo excidant Camenae; Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Celebranda altiora surgunt gesta. Que outro valor mais alto se alevanta.
Paulo Barbosa
UAU!!!
ResponderExcluirComo consigo comprar este livro em Latim?
Grande abraço!
Udo
Caro Udo, não sei onde pode encontrar, pois o que tenho ganhei de um padre português há mais de dez anos, que, aliás, foi meu professor de Filosofia. Acredito que somente nos bons sebos em Portugal conseguirás. Abraço, Paulo Barbosa.
ResponderExcluirAinda interessado, Udo?
ResponderExcluirVeja https://www.dafraga.net/product-page/a-lus%C3%ADada-em-latim
Cumprimentos.
Miguel Teodoro
Só vi hoje, José Teodoro, eu acabei comprando em 2018.
Excluir