GAIO NÉVIO foi um poeta romano do período arcaico, nascido mais ou menos em 270 e morto em 199 a.C.. Era plebeu, autor de tragédias, comédias e um poema épico. Sempre se levantando contra a aristocracia, criticava-a em seus versos, o que lhe rendeu uma prisão, conseguindo ser liberto graças à intervenção de alguns amigos tribunos.
Numa de suas produções, Névio, usando de ambiguidade, critica uma família nobre, a dos Metelos, com o seguinte verso:
"Fato Metelli Romae, fiunt consules"
"É o destino de Roma que os Metelos sejam eleitos cônsules"
ao que Metelo, cônsul em 206, replicou também com um verso ambíguo:
"Dabunt malum Metelli Naevio poetae"
"Os Metellos darão o castigo ao poeta Névio"
o que realmente aconteceu com a sua prisão e, em seguida, por volta de 204, com a expulsão de Roma para Útica, onde faleceu.
Conta-se que o próprio confeccionou o epitáfio que deveria figurar em sua tumba com os seguintes dizeres:
"Imortalis mortalis si foret fas fieri,
flerent divae Camenae Naeviom poetam:
itaque postquam est Orci traditus thesauro
oblitei sunt Romai loquier lingua latina",
"Se fosse permitido os imortais se fariam mortais,
chorem as divinas musas o poeta Névio:
pois depois de entregue o tesouro ao Orco
Os romanos se esquecerão de falar a língua latina"
Paulo Barbosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário