A BIBLIOGRAFIA enquanto repertório de títulos impressos acerca de uma disciplina qualquer é indispensável para o estudioso, para o homem de ciência, pois é por meio dela que o investigador, ao tratar de uma questão, se informará previamente para se inteirar o que outros, com anterioridade, disseram sobre o mesmo tema. Por isso, hoje iniciaremos uma pequena bibliografia acerca de assuntos pertinentes à língua, literatura e cultura latinas, com a finalidade de fornecer ao estudante deste setor subsídios. Neste Tópico daremos um seleto repertório acerca da sintaxe latina, repertório este reconhecido e usado em todas as universidades do mundo como referência no ensino da sintaxe.
Anton Draeger, Historische Syntax der lateinischen Sprache, em 2 volumes, Leipzig, 1878 (2ª edição). Traindo um tanto o título, é mais uma sintaxe cronológica que propriamente histórica.
W. Kroll, La sintaxis cientifica en la enseñanza del latin (tradução espanhola de Pariente, Madri, 1935). Esta obra é uma recompilação de uma série de conferências dadas pelo autor, e por isso, não é uma sintaxe completa.
J. Wackernagel, Vorlesunger uber Syntax mit besonderer Berucksichtigung von Grieschisch, Lateinisch und Deutsch, em 2 volumes, Basileia, 1920-1924. Nesta também o autor recolhe seus ensinos universitários usando o método comparativo. Não é obra muito sistemática, mas os fatos estão expostos com um bom método e sobretudo de maneira bem clara.
O. Riemann, Syntaxe latine d'après les principes de la grammaire historique. Esta obra teve sua primeira edição em 1886, tendo sido revisada em 1920 por Lejay, e em 1927 por Ernout. O principal defeito encontrado é o autor defender que a sintaxe latina não passa de um decalque ou imitação da sintaxe grega. No estudo das orações compostas também é demasiadamente formalista. Se ainda em nossos dias esta obra possui certa utilidade é devido ao acúmulo de materiais e, sobretudo, pela sintaxe dos casos, que é excelente. Foi, desde já alguns anos, substituída pela obra de:
A. Ernout y Fr. Thomas, Syntaxe Latine, Paris, Klincksieck, 1951. É obra clara, precisa, compendiosa e histórica, que abarca tanto o latim arcaico quanto as formas vulgares da conversação.
E. Lofstedt, Sintactica, em 2 volumes, Lund, 1928. Em 1942 uma edição ampliada do primeiro volume foi publicada. A obra é mais uma coleção de ensaios do que um verdadeiro tratado sistemático de sintaxe. Entretanto, está escrita com depurado método histórico, o que abona os dotes de bom investigador do autor. Possui uma excelente documentação e interpretação dos fatos sintáticos, e além disso, está exarada de forma clara, amena e interessante. Uma quarta edição veio a lume em 1962.
M. Bassols de Climent, Sintaxis historica de la lengua latina, I. Introduccion, Género, Número, Casos, Barcelona, 1945; II. Las formas personales del verbo, Barcelona, 1948. Esta obra consegue colocar em ordem a imensidão de doutrinas da sintaxe latina, mas oferecendo, às vezes, ideias e hipóteses próprias e referindo-se a fenômenos existentes nas línguas românicas. A estes dois volumes, seguiu uma Sintaxis latina, Madri, 1956, que abarca a totalidade da matéria e faz comparações ainda maiores com as línguas românicas, sobretudo o espanhol.
A. Tovar, Gramática histórica latina, Sintaxis, Madri, 1946. Esta obra é clara e muito agradável em sua leitura. Os materiais sintáticos são estudados com acertada crítica e com muita frequência são expostos nela os pontos de vista próprios e interessantes do autor. Talvez o senão característico seja a demasiada extensão com que se estuda certos temas em relação à parcimônia de outros.
Ch. E. Bennet, Syntax of early Latin, em 2 volumes, Boston, 1910, 1914. Nesta obra só se contempla a sintaxe do nome e do verbo. A sintaxe do adjetivo, pronomes, particípio e partículas não foi publicada por causa da morte do autor. O estudo da estilística é bem desenvolvido também. Como continuação desta pode-se considerar a obra de:
R. Frobenius, Syntax des Ennius, Nordlingen, 1910.
Paulo Barbosa
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