O LATIM MEDIEVAL é aquele latim que foi se formando e desenvolvendo a partir do século IV d.C. na Europa. Era uma língua viva ou morta? Quanto a esta questão, os autores divergem, e esta divergência foi recolhida por Christine Mohrmann em seu célebre artigo Le dualisme de la latinité medíevále.
Karl Strecker afirma que o latim medieval seria desenvolvimento normal do latim clássico utilizado como meio de expressão pelos escrivães da Baixa Latinidade.
M. E. Lofstedt, porém, julga ser o latim medieval uma língua viva em curso normal e orgânico durante a Idade Média.
Franz Blatt considera toda latinidade, e com isso, o latim medieval, uma só unidade, concluindo daí que tanto o latim tardio quanto o medieval formam um continuum.
M. Bieler vê no latim medieval uma 'comunidade de ideias' - Ideengemeinschaft -, uma língua viva sem nacionalidade, sem povo, não sendo, por isso mesmo, universal, mas sendo usado na Idade Média como língua auxiliar internacional.
Richard Meister considera o latim medieval como uma língua de tradição - Traditionssprache - preponderantemente falada, que evoluiu graças aos impulsos espontâneos dos falantes.
Ludwig Traube, por sua vez, considera o latim medieval como língua morta, embora ainda apresentasse possíveis modificações, evoluções.
Karl Vossler é de opinião que tal latim seria uma forma intermediária entre uma língua viva - latim vulgar - e uma língua morta - latim clássico.
P. Lehmann entende ser o latim medieval uma língua viva, mas limitada por certas conjunturas.
Paulo Barbosa
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