O SUPINO é uma forma arcaica, pouco encontrada nos autores da época clássica. É um nome verbal que, em latim, conservou três casos: o dativo, o ablativo e o acusativo. O dativo, porém, é muito raramente atestado. E mais, devido ao conflito morfológico que se deu na declinação dos temas em -u, entre o dativo e o ablativo, e também à possibilidade do emprego depois de adjetivos como facilis, ou de um 'dativo de destinação': facilis dictu, o latim optou pela construção com o ablativo.
Os dois casos empregados, portanto, são o acusativo e o ablativo. O acusativo é usado com os verbos indicativos de movimento, direção, tendência, e possui valor ativo: "venerunt postulatum auxilium" (vieram para pedir auxílio). Veja que este acusativo, assim como o ablativo, é usado sem nenhuma preposição, o que atesta a antiguidade da forma.
Já o ablativo do supino possui valor passivo: "visu mirabilis" (admirável de ver, isto é, de ser visto).
O supino é formado com o sufixo *-tu, e, segundo alguns indo-europeístas, é uma sobrevivência de um verbo indo-europeu *tu "encher, fazer, realizar". Assim, postulatum seria = para realizar o pedido, para fazer o pedido.
Interessante notar que muitos verbos importantes em latim não têm supino, como sum, volo e seus compostos; os impessoais, a maioria dos verbos em -eo (timeo, paveo,etc.), e os depoentes, com exclusão de ulcisci, que perderam na época clássica.
Paulo Barbosa
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