HAUD é advérbio de negação que se traduz por NÃO, sendo, porém, de se notar que é uma negação que se refere a uma palavra e não a uma frase, como fazem os dois outros advérbios NON e NE. Por esse motivo que o seu emprego normal é sempre antes dos adjetivos e advérbios.
Vejamos alguns exemplos em Cícero:
Haud mediocris vir (Rep., 2,55) "Homem não medíocre".
Quod haud procul absit a morte (C.M., 15) "Porque não longe diste a morte".
Haud procul maior scriptor (Or., 151) "Escritor não pouco maior".
Apesar de seu uso normal ser antes dos adjetivos e advérbios, encontra-se usado antes do verbo scire, saber, como em Cícero:
Haud scio, inquit (Tusc., 5,35) "Não sei, disse ele".
A origem deste advérbio parece ser a forma sincopada de uma palavra que significava hilum (= um quase nada, uma pouca coisa, uma coisa sem valor) e que se juntaria a uma negação para a reforçar, passando depois a ser considerado como partícula negativa.
Paulo Barbosa
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