domingo, 22 de maio de 2011

VÍCIOS QUE DEVEM SER EVITADOS


Alguns vícios, aliás, todos, devem ser evitados por quem produz textos ou discursa. Dentre estes destacaremos os três seguintes nos quais até autores de monta deslizaram:

A MACROLOGIA é o vício que consiste em uma exposição prolixa, denominada em latim LONGILOQUIUM, na qual se incorporam coisas sem necessidade. Tito Lívio, por exemplo, usou esta figura viciosa ao escrever:

"Legati non inpetrata pace retro unde venerant domum reversi sunt"

"Não havendo conseguido a paz, os legados regressaram voltando a seu país, de onde haviam saído" (Fragm. 64. M).

A TAPINOSE consiste em diminuir a grandeza de algo, em diminuir-lhe a magnitude. A palavra mesma, do grego, significa pequenez. Virgílio usou o artifício quando escreveu:

"Apparent rari nantes in gurgite vasto"

"Aparecem poucos (náufragos) nadando no imenso abismo" (Aen. 9,609).

Virgílio empregou 'abismo' em lugar de 'mar'.

A ACIROLOGIA consiste no emprego impróprio de uma palavra. Lucano a cometeu ao escrever:

"Liceat sperare timenti"

"Permita-se ao temeroso ter esperança" (2,15)

pois é mais próprio ao temeroso ter medo que esperança.

Em Virgílio também se encontra o escorregão:

"Gramineo in campo"

"Em um campo gramíneo" (Aen. 5,287)

pois é mais apropriado empregar o adjetivo 'graminosus' do que 'gramineus'.

Paulo Barbosa.

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