Ângelo Policiano, grande latinista do Renascimento, escreveu contra um inimigo seu, de nome Mabílio, o seguinte espitáfio satírico:
"Flecte, viator, iter, foetet nam, putre Mabili
Hac fovea corpus conditur atque animus".
"Ó caminhante, muda o caminho, porque fede.
Está escondido nesta cova o podre corpo de Mabílio e a
alma".
Aproveitando a oportunidade, em latim há animus e anima, com as seguintes diferenças:
ANIMUS é a alma em geral, onde as paixões e as impressões são recebidas. É o princípio da personalidade intelectual e moral. Em termos filosóficos diríamos que animus é o quo cogitamus et volumus, é o meio pelo qual pensamos e queremos.
ANIMA é propriamente o sopro vital, é a alma sob o seu aspecto psicológico. É o princípio de vida comum aos homens e aos animais. Em termos filosóficos anima é qua vivimus, o meio pelo qual vivemos, temos a vida.
Cícero escreveu: Difficile est animum perducere ad contemptum animae: É difícil levar a alma até ao desprezo da vida. Ou seja, é difícil termos uma personalidade tão forte e vigorosa (animus) a ponto de desprezar a própria vida (anima).
Paulo Barbosa.
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