Sestércio do tempo de Augusto |
Os honorários do professor Romano, seja o "Litterator", o "Grammaticus" e o "Rhetor", eram pagos mensalmente, mas a quantia variava com o tempo, o lugar e a condição do mestre. Sabe-se, também, que o salário do professor primário nunca era elevado, a ponto de Horácio afirmar que, em sua cidade natal, qualquer criança tinha condições de pagá-los.
Mais tarde, no tempo do Imperador Diocleciano (244-311 d.C.), foram fixados um teto para os três níveis de mestres: o "Litterator" podia ganhar no máximo mensalmente cinquenta denários, equivalente a R$ 1,600,00 atuais; o "Grammaticus" podia chegar a duzentos denários, equivalente a R$ 6,400,00; e o "Rhetor" até duzentos e cinquenta denários, atuais R$ 8000,00.
Os bons professores de literatura e de retórica, no entanto, conseguiam obter maiores rendimentos. O gramático Remio Palemão, mestre de Quintiliano, ganhava em sua escola 400,000 sestércios por ano. O Imperador Vespasiano (9-79 d.C.) fixou o salário oficial dos rétores em 100,00 sestércios anuais. O erudito italiano Conrado Barbagallo assevera que foi Augusto quem estabeleceu tal estipêndio para o gramático Verrio Flaco, preceptor de seus dois netos Caio e Lúcio Agripa, a quem mandou que transferisse sua escola para a "Domus Catilinae", onde seus netos estudaram.
Quando os governantes permitiram que se instalassem escolas na cidade de Roma, a concorrência determinou a redução das mensalidades. Alguns mestres, então, preferiram fazer um contrato com os pais dos alunos para o pagamento anual, outros confiavam na generosidade destes e, quando não recebiam quotas elevadas, eram compensados com presentes em certas e determinadas épocas do ano. Desta maneira, no Quinquatrus, festas em honra de Minerva realizadas cinco dias após os idos de março, recebiam os mestres o "Minervale munus", presente de Minerva ou recebido nas festas desta deusa da razão e da inteligência; nas calendas de janeiro, ou seja, no dia 1 de janeiro, e segundo outros autores, em todos os primeiros dias de cada mês, recebiam o "Strena Kalendaria", presente que era tipo brinde para os mestres, e segundo alguns, chamado de 'strena' devido ao nome de uma deusa romana do mesmo nome; enfim, outras gratificações eram dadas aos mestres, em datas diversas, como no dia 22 de fevereiro, quando celebrava-se o dia da família, chamado de "Caristia" ou "Cara Cognatio" e no "Septimontium", festival romano dos sete montes, comemorado segundo alguns, em setembro, e segundo outros, em 11 de dezembro.
Paulo Barbosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário