quinta-feira, 12 de novembro de 2015

OS JOGOS NA ESCOLA ROMANA

A antiga pedagogia romana já revelava um espírito de observação sutil e perspicaz não só quanto aos interesses culturais, como também quanto aos interesses de caráter prático dotados de grande valor educacional. Como os didatas modernos, alguns pedagogos romanos eram de opinião de que nas horas de lazer tivessem os alunos uma ocupação condigna, porque tais horas representavam um ponderável elemento na economia da vida infantil. Aconselhavam por isto as distrações e os recreios que pudessem proporcionar algum proveito à formação moral e cultural dos alunos, retemperando-lhes o espírito pela mudança de atividade.

Julgavam os pedagogos romanos que os jogos eram um meio excelente de combater a tristeza e a melancolia, fatores estes que impedem uma boa disposição do espírito para o estudo. Preconizavam ainda brinquedos de maneira que, segundo Quintiliano, "nem a sua privação acarretasse aborrecimento do estudo, nem uma demasiada concessão para os mesmos, habituasse a criança à ociosidade".

Acreditavam, ainda, que alguns jogos serviam para aguçar o engenho do estudante e que a competição poderia dar margem à solução mesmo de certos problemas relacionados com as matérias estudadas. Viam ainda nos divertimentos um meio de se descobrir, às vezes, certas inclinações dos alunos, dando ensejo ao mestre de aproveitar as boas e corrigir as más. 

Paulo Barbosa

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