quinta-feira, 7 de junho de 2012

OBRA CLÁSSICA: O QUE É?

"Ele (a) é de clássicas"... Assim, inúmeras vezes, ouvimos alguém dizendo a referir a um aluno (a) ou professor (a) de latim ou grego. Estudos clássicos é sinônimo, na academia, de estudos greco-latinos, tanto da língua  quanto da literatura. Mas, apesar de se usar o adjetivo 'clássico' a todo momento, muitos, se perguntados, não saberiam definir ou dar o sentido dele. É o que tentaremos fazer aqui.

CLÁSSICO é um adjetivo derivado de classe e sempre foi definido, desde Quintiliano, como aquilo que exprime o mais alto grau de perfeição, tão alto que é digno de ser proposto para modelo, de ser ensinado em uma classe.  O Dicionário da Academia Espanhola diz: "Clássico, clássica, diz-se do autor ou da obra que se tem por modelo digno de imitação em qualquer literatura ou arte".

Duas literaturas apenas, na sua integralidade, mereceram dos mais sábios da humanidade esta honrosa distinção: 1. a literatura grega, e nela, em especial, o período que vai desde o fim das guerras médicas (490-448 a.C.) até às invasões de Alexandre (356-323 a.C.); 2. a literatura latina, em especial, desde Cícero (106-43 a.C.) até à morte do Imperador Augusto (63 a.C.-14 d.C.).

Nas demais literaturas, apenas determinadas épocas são consideradas clássicas, ou seja, modelares, dignas de imitação. Em Portugal, por exemplo, clássico é o século XVI, época de Camões (1524-1580); na França, o século XVII, e assim por diante. Determinados autores, também, são considerados clássicos: Moraes Silva (1755-1824); Gonçalves Dias (1825-1864); Rui Barbosa (1849-1923), etc.

Se quisermos esquematizar, podemos dizer que os grandes séculos literários da humanidade são quatro: 1. século de Péricles, entre os gregos; 2. século de Augusto, entre os romanos; 3. século de Leão X ou do Renascimento, no século XVI; 4. século de Luís XIV, na França, no século XVIII.


REQUISITOS PARA O CLÁSSICO

Os requisitos básicos a que um autor ou uma obra que faça jus ao título 'clássico' devem preencher são três:

1. Deve tratar de ideias gerais, pois somente assim a obra conseguirá conquistar a atenção e os aplausos da maioria dos contemporâneos e dos homens do futuro.

2. Deve a obra esmerar-se na obsevância dos ditames da razão, ou seja, deve ser perpassada pelo bom senso e bom gosto no apuro constante da forma.

3. Deve ter certa antiguidade, já que sendo muito recente, paixões, ambições, interesses particulares podem tolher a serenidade do julgamento e a avaliação imparcial.


Paulo Barbosa

Um comentário:

  1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir