ELIPSE é um caso de regência irregular em que um dos termos da oração não aparece expressos, porém é facilmente percebido. Há os seguintes tipos:
1. Elipse subjetiva - quando o sujeito não vem expresso:
Deseja viajar comigo? - Você deseja viajar comigo?
Não posso viajar. - Eu não posso viajar.
2. Elipse verbal - quando a omissão é do verbo:
Por malandros, não foram eleitos. - Por serem malandros, não foram eleitos.
No mar tanta tormenta e tanto dano. - No mar há tanta tormenta e há tanto dano.
3. Elipse conectiva - quando um elemento de ligação está omisso:
Exigiu se estudasse o mais depressa a questão. - Exigiu que se estudasse o mais depressa a questão.
Peço-lhe me deixe ir. - Peço-lhe que me deixe ir.
Elipse conectiva elegante. A elipse da conjunção que é bastante frequente e elegante depois dos verbos pedir, mandar, pensar, requerer, parecer e similares, pois atenua a oração da demasiada repetição do conectivo que.
Elipse verbal proverbial. Em muitos provérbios, ditados populares, também é comum a elipse do verbo, onde aparecem somente as ideias principais:
Casa de ferreiro, espeto de pau.
Olho por olho, dente por dente.
Tal senhor, tal criado.
De tal árvore, tal fruto.
Há elipse também das formas verbais possa/poder e deva:
Não sei por para onde ( ) ir. - Não sei para onde possa/deva ir.
Já sei como ganhar a vida. - Já sei como poder ganhar a vida.
Elipse nominal. Há também elipse dos nomes coisa e tempo:
Essa é boa! - Essa coisa é boa.
Fiquei na mesma. - Fiquei na mesma coisa.
Uma assim eu não esperava. - Uma coisa assim eu não esperava.
Há muito que não vou lá. - Há muito tempo que não vou lá.
Vi Rafael há pouco. - Vi Rafael há pouco tempo.
Em breve nos veremos. - Em breve tempo nos veremos.
Paulo Barbosa
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