segunda-feira, 23 de agosto de 2021

ELIPSE, FIGURA IRREGULAR DE REGÊNCIA

 ELIPSE é um caso de regência irregular em que um dos termos da oração não aparece expressos, porém é facilmente percebido.  Há os seguintes tipos:

1. Elipse subjetiva - quando o sujeito não vem expresso:

Deseja viajar comigo? - Você deseja viajar comigo?

Não posso viajar. - Eu não posso viajar.

2. Elipse verbal - quando a omissão é do verbo:

Por malandros, não foram eleitos. - Por serem malandros, não foram eleitos.

No mar tanta tormenta e tanto dano. - No mar tanta tormenta e tanto dano.

3. Elipse conectiva - quando um elemento de ligação está omisso:

Exigiu se estudasse o mais depressa a questão. - Exigiu que se estudasse o mais depressa a questão.

Peço-lhe me deixe ir. - Peço-lhe que me deixe ir.

Elipse conectiva elegante. A elipse da conjunção que é bastante frequente e elegante depois dos verbos pedir, mandar, pensar, requerer, parecer e similares, pois atenua a oração da demasiada repetição do conectivo que.

Elipse verbal proverbial. Em muitos provérbios, ditados populares, também é comum a elipse do verbo, onde aparecem somente as ideias principais:

Casa de ferreiro, espeto de pau.

Olho por olho, dente por dente.

Tal senhor, tal criado.

De tal árvore, tal fruto.

Há elipse também das formas verbais possa/poder deva:

Não sei por para onde ( ) ir. - Não sei para onde possa/deva ir.

Já sei como ganhar a vida. - Já sei como poder ganhar a vida.

Elipse nominal. Há também elipse dos nomes coisa e tempo:

Essa é boa! - Essa coisa é boa.

Fiquei na mesma. - Fiquei na mesma coisa.

Uma assim eu não esperava. - Uma coisa assim eu não esperava.

Há muito que não vou lá. - Há muito tempo que não vou lá.

Vi Rafael há pouco. - Vi Rafael há pouco tempo.

Em breve nos veremos. - Em breve tempo nos veremos.

Paulo Barbosa

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