CIRCUNSTÂNCIAS são todas as particularidades, situações, condições, estados que rodeiam um fato, uma coisa ou uma pessoa. A palavra é formada pelo prefixo latino circum (ao redor), o verbo stare (estar estacionado, colocado, parado) mais os sufixos -nt que indica agente e -ia que indica qualidade. Ao pé da letra circunstância é "a qualidade (-ia) do que (-nt) está parado (stare) ao redor (circum)".
Quais seriam, então, tais circunstâncias? Os romanos as enumeraram no seguinte verso mnemônico:
Quis? Quid? Ubi? Per quos? Quotiens? Cur? Quomodo? Quando?
Quis? - é a pessoa, o agente que praticou a ação juntamente com seus predicados.
Quid? - é a natureza do fato, sua essência, seja material, moral, etc.
Ubi? - é a circunstância do lugar onde se realizou o fato, se lugar sagrado, profano, reservado, público, etc.
Per quos? - quem foram os agentes secundários, auxiliares, cúmplices ou até obstáculos.
Quotiens? - quantas vezes o fato se deu, se houve recidiva, etc.
Cur? - qual foi o motivo, a causa de se ter agido, que fim alcançou, etc.
Quomodo? - de que maneira o fato aconteceu, como aconteceu.
Quando? - em que época, dia, noite, se na infância, adolescência, velhice, etc.
CIRCUNSTÂNCIAS E AÇÃO MORAL
As circunstâncias, como vistas, são acidentes que modificam o objeto moral de um fato ou uma realização humana. A ação humana para ser classificada como boa ou má deve atender a três requisitos:
o objeto - ao qual a ação tende e onde termina.
as circunstâncias - que vimos acima.
o fim - que é a intenção pela qual o agente pratica a ação.
O objeto confere à ação a sua moralidade essencial, ou seja, se o objeto da ação for bom, a ação é boa, caso contrário, é má.
As circunstâncias têm o poder de aumentar ou diminuir a bondade ou maldade do ato. Pode até mesmo alterar a sua natureza de bom para mau.
O fim sendo bom, ou seja, a intenção do agente sendo boa, juntamente com o objeto, produzirá uma ação boa, caso contrário, má.
Paulo Barbosa
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