terça-feira, 29 de junho de 2021

FEALDADE E LITERATURA

 FEALDADE ou FEIURA é o que se opõe à beleza resultando da carência de algum requisito necessário ao belo. O corcunda, o desproporcional, o idiota, o viciado, é feio porque normalmente o homem deve ser direito, bem proporcionado, inteligente, virtuoso. No animal, por exemplo, a ausência do raciocínio não lhe prejudica a beleza, pois esta faculdade não pertence à sua natureza. 

DIVISÃO DA FEALDADE

A fealdade é dividida em duas espécies:

1. fealdade hedionda - é a desformidade que provoca repulsa, nojo, repugnância, tanto do ponto de vista físico quanto do ponto de vista moral, tais como uma chacina, ataques terroristas, a ingratidão, a barbaridade.

2. fealdade ridícula - é desformidade que não possui o caráter de repugnância, mas desperta o riso por ser engraçada ou constrangedora, tais como certas manias, a vaidade inofensiva, a ingenuidade, etc.

PAPEL DA FEIURA NA LITERATURA

A feiura na arte literária é incapaz de causar diretamente emoção estética, ou seja, o feio é impotente para satisfazer as faculdades cognitivas superiores e inferiores. Pode, entretanto, o feio servir de realce para a qualidade oposta, desempenhando, então, junto do belo, o papel das sombras junto da luz. A crueldade do algoz faz sobressair o heroísmo da vítima, as desgraças que oprimem os viciados aumentam a gratidão dos que conservam a integridade pela prática da virtude.

Paulo Barbosa

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