quarta-feira, 30 de junho de 2021

ORIGINALIDADE NA CONCEPÇÃO E NA FALA

ORIGINALIDADE, em literatura, é o cunho individual que o temperamento, a índole do escritor, comunica às suas ideias e aos seus pensamentos, sendo, mesmo, pode-se afirmar, a virtude primaz do estilo que faz evitar a expressão usual e a perífrase trivial.

ORIGINALIDADE NA CONCEPÇÃO

Quando se se refere a uma ideia original de um autor não se deve entender como uma ideia pessoal, nova, criada por ele, mas sim uma ideia que foi descoberta e analisada após muitos outros terem assim feito, por sua intervenção, participação e trabalho pessoal. Originalidade na concepção ou de ideia não significa pensar coisas novas, construir novidades, porém em pensar novamente, por si mesmo, coisas que inumeráveis gerações haviam pensado antes. Francisque Sarcey, crítico de teatro e jornalista francês, dizia que o autor de uma obra literária nada de bom poderá escrever a não ser o que ele mesmo pensar e naquilo que tiver pensado sempre se encontrará alguma originalidade.

ORIGINALIDADE DO DIZER

A originalidade na expressão oral consiste unicamente em um elemento, a saber, o emprego da palavra própria, precisa, ou na combinação de palavras que exprima de maneira adequada a ideia a ser comunicada, ideia inteira e nada mais que a ideia. Daqui se conclui que palavra precisa se opõe ao uso de termo geral, vago, impreciso, do vício de linguagem denominado anfibologia ou ambiguidade, quando, na construção da oração se apresenta dois sentidos diversos.

Meios de se adquirir originalidade do dizer. São duas as condições que permitem a alguém alcançar maior originalidade na expressão dos pensamentos:

1º - conhecer muito bem o assunto que vai tratar, com suas relações múltiplas com todos os assuntos ou temas conexos. Isso promove arroubo e encanto nos ouvintes, pois revela a erudição do orador.

2º - ser conhecedor de farto vocabulário, da índole e dos inesgotáveis recursos da língua.

Paulo Barbosa

Nenhum comentário:

Postar um comentário