segunda-feira, 20 de setembro de 2021

A HISTÓRIA, SUA IMPORTÂNCIA E ESTILO

 A HISTÓRIA é a exposição conscienciosa e autêntica dos acontecimentos sociais em geral e individuais em particular

Conscienciosa - honesta, criteriosa, íntegra porque o historiador não é testemunha impassível de virtudes, de injustiças ou de vícios. Cumpre-lhe, portanto, atender sempre aos ditames da razão saudável e da moral ao historiar. 

Autêntica porque não é permitido ao historiador fantasiar, divagar, inserir ideologias, pois lhe é vedado, como na epopeia, enfeitar a verdade, idealizar. A base do gênero histórico é sempre o fato na sua mais perfeita exatidão.

Origem da palavra. A palavra história provém do latim historia que, por sua vez, provém do grego historía = conhecimento adquirido através da investigação ou da formulação de perguntas, narrativa. Em grego, o verbo historein significa "perguntar acerca de algo, examinar os fatos, relatar", que, por sua vez, vem do substantivo istor / histor = testemunha ocular de algo, o que sabe sobre algo por haver visto com seus próprios olhos, portanto, o que conhece em primeira mão, sábio, douto, erudito

Importância da história. A história enriquece e multiplica a vida e a experiência humana, pois através dela o homem participa dos tesouros acumulados por todas as gerações passadas. Cícero a exalta com as seguintes perífrases clássicas: 

Historia est testis temporum = a história é a testemunha dos tempos.

Historia est lux veritatis = a história é a luz da verdade.

Historia est vita memoriae = a história é a vida da memória.

Historia est magistra vitae = a história é a mestra da vida.

Historia est nuntia vetustatis = a história é a mensageira do passado.

Estilo próprio. O gênero histórico possui um estilo peculiar que deverá ser a um tempo singelo e grave como de uma testemunha que apresenta perante um tribunal o seu depoimento. Deverá também o historiador esmerar-se na criteriosa escolha dos pormenores e na harmoniosa coordenação dos acontecimentos.

Qualidades do historiador. O bom historiador deve possuir as seguintes virtudes:

1.ª espírito largo, aberto vasto e poderoso, que paire acima dos detalhes e os domine e jamais se afogue neles. Ou seja, deve possuir uma inteligência capaz de síntese.

2.ª juízo seguro, irrebatível, convicto, que não se deixe influenciar por preconceitos, paixões, interesses subalternos e ideologias. 

3.ª senso moral apurado, conservando sempre o respeito inviolável às leis do dever. 

4.ª cultura vasta, onímoda, ou seja, o historiador deve ser cultivado e familiarizado com todos os ramos do saber humano, tais como numismática, paleografia, arquitetura, legislação, arte da guerra, finanças, línguas, costumes, instituições administrativas, etc.

Paulo Barbosa

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