sábado, 25 de setembro de 2021

FUTURISMO, ESCOLA REVOLUCIONÁRIA DE ARTE E LITERATURA

 FUTURISMO é um movimento revolucionário artístico e literário surgido na Europa em princípios do século XX, tendo por promotor maior o italiano Tommaso Marinetti (1876-1944), que deu ao público o Manifeste du Futurisme, em 1909, através do jornal Figaro de Paris. 

Ideologia. Esse movimento revolucionário prega a adaptação da arte ao dinamismo moderno, à trepidante vida atual, com produção de novas formas e novo estilo. Repugna e rejeita toda tradição, advoga a demolição da beleza através da queima das bibliotecas e da aniquilação dos museus. O culto ao perigo, ao apuro, ao contratempo é exaltado, um nacionalismo apaixonado é defendido, a violência e a guerra são apreciadas. O Fascismo italiano foi herdeiro doutrinário do Futurismo no campo político, tendo sido Marinetti, um dos autores e difusor do Manifesto Futurista, um ativo militante fascista, chegando a proclamar que a ideologia do partido representava uma extensão natural da ideologia futurista. Além de revolucionário, o Futurismo também foi niilista, e marcou os movimentos de vanguarda como o Cubismo, o Dadaísmo, o Surrealismo e o Expressionismo. Teve grande repercussão na Rússia, onde se dividiu em Egofuturismo e Cubofuturismo, sendo integrante deste último o maior e mais célebre futurista russo, o poeta Vladimir Maiakovski.

Futurismo brasileiro. No Brasil, Futurismo foi o nome inicial para a revolução modernista iniciada pela Semana de Arte Moderna de 1922, entretanto, no dizer de Afrânio Coutinho, no verbete "Futurismo", na Enciclopédia Barsa, "O emprego da palavra no começo do movimento, em artigos de Oswald de Andrade e Menotti del Picchia, foi despertando oposição entre os chefes, que não aceitavam vê-lo confundido com o encabeçado pelo Marinetti. Passou então o epíteto [futurista] a ser usado somente pelos adversários, com intuito ridicularizante, fixando-se definitivamente em "Modernismo" a designação do movimento brasileiro".

Premissas filosóficas. O Futurismo teve por influências filosóficas em seu corpo ideológico Nietzsche, Bergson e Sorel, apregoando e difundindo incansavelmente o lema central "Liberdade para a palavra", e, devido a esse influxo, consigna no Manifesto Futurista o seguinte:

"Sabei que o esplendor do mundo foi enriquecido com uma beleza nova: a beleza da velocidade! Um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais belo que a Vitória de Samotrácia. Cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, a vibração noturna dos arsenais com suas violentas lutas elétricas. É necessário imitar com os gestos o movimento dos motores... Destruir a sintaxe. Usar o verbo no infinitivo. Abolir o adjetivo e o advérbio. Juntar um substantivo a outro, em função adjetiva. Suprimir a pontuação. Buscar gradações de analogias cada vez mais simples. Abolir as categorias de imagens. Refugar todo elemento de psicologia. Visar à máxima desordem, contra a harmonia tipográfica da página, contra o fluxo e o refluxo da linha impressa, empregando na mesma folha quatro ou cinco cores diferentes e vinte espécies variadas de tipos, se necessário".

Paulo Barbosa

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