GENITIVO é palavra que provém da raiz GEN, de GERAR. É, em latim, o "CASO DA GERAÇÃO" ou "DA FILIAÇÃO", típico, portanto, dos sobrenomes:
GALILEU GALILEI = GALILEU (filho) DE GALILEU
FERNANDO FERNANDEZ = FERNANDO (filho) DE FERNANDES
RODRIGO RODRIGUES = RODRIGO (filho) DE RODRIGUES
Desempenha, na oração, várias funções, sendo, porém, a primeira, devido a seu significado, a de POSSE:
DOMUS MARIAE = CASA DE MARIA, respondendo à pergunta CUJUS EST DOMUS? = DE QUEM É A CASA.
Outra função, é a de explicar um substantivo declarando em que ele consiste. É o chamado GENITIVO EXPLICATIVO:
VIRTUS JUSTITIAE = A VIRTUDE DA JUSTIÇA, onde justitiae explica o substantivo virtus, declarando em que consiste.
Pode também explicar a matéria de que é feito algo:
GLEBAS SEBI AC PISCIS (César, B.G. 7:25) = BOLAS DE SEBO E DE PEZ
Executa também a função de APOSITIVO:
URBS ROMAE = A CIDADE DE ROMA, onde 'de Roma' é aposto do substantivo cidade, em lugar de "a cidade Roma"
Pode-se, no entanto, também dizer URBS ROMA.
A descrição pode também ser feita mediante o genitivo. Querendo-se descrever como tal pessoa era virtuosa ou destemida, em vez de fazê-lo por adjetivos, faz-se pelo genitivo, denominando isto de GENITIVO DESCRITIVO. Para usar, porém, este artifício, duas condições são necessárias:
1) Que o substantivo seja acompanhado de um adjetivo;
2) Que o genitivo venha ligado a um substantivo comum.
Não se pode, portanto, dizer: César de coragem, mas tem de ser colocado um substantivo comum intercalado entre o substantivo a que se descreve e o adjetivo, que aqui neste caso será vir = homem.
CAESAR, VIR MAGNAE VIRTUTIS = CÉSAR, HOMEM DE GRANDE CORAGEM
É também por esta mesma construção que se descreve as medidas:
FOSSA TRIUM PEDUM = FOSSA DE TRÊS PÉS
Enfim, ainda o genitivo pode ser PARTITIVO, ou seja, pode expressar uma parte de um todo:
PARS MILITUM = UMA PARTE DOS SOLDADOS
QUIS NOSTRUM = QUEM DE NÓS?
NEMO EORUM = NENHUM DELES
Pode ser este genitivo usado junto com advérbios e pronomes:
QUANTUM FACULTATIS = QUANTO DE PERMISSÃO
QUID NOVI = QUE HÁ DE NOVO?
NIHIL NOVI = NADA DE NOVO!
Paulo Barbosa.
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